Acampamento na Pedra do Açú, 2232m de altitude. Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Petrópolis -RJ
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos já foi para mim um parque de diversões, parte do meu quintal. Desde criança trilho suas cachoeiras e suas montanhas. Passei bons momentos da minha vida nessa reserva ecológica, inclusive trabalhando como guia de trilhas para turistas. Mas nem tudo são flores, a pior noite da minha vida passei acampado no Açú, juntamente com meu amigo Fernando, numa noite de fevereiro e na época das fortes chuvas de verão. Eu fechava os olhos tentando dormir mas não conseguia pois a claridade e o som dos raios me deixavam alerta, mesmo sem ter muito o que fazer. As preces do Fernando eram minha música de fundo.
E essa noite voltou à minha cabeça, não como lembrança, mas como realidade em mais uma noite de acampamento e mais uma vez com a companhia do Fernando. Dessa vez foi numa atípica tempestade de inverno, mas que também teve seus raios (numa proporção menor) e fortes ventos que em certos momentos achei que fosse arrancar a barraca do chão. A chuva nos pegou mais uma vez e, só nos restou aguardar e tentar dormir dentro da barraca, torcendo para que não entrasse água.
Não ligo para pegar chuva, mas fiquei triste de não conseguir ver o belo visual das montanhas. Mesmo tendo todas elas registradas na minha memória, queria registrar também em novas fotos. Queria ter apreciado uma bela noite estrelada e o nascer do Sol, meu espetáculo da natureza favorito, mas fica para uma próxima vez. Talvez em outra tentiva, depois de cerca de 6 horas de caminhada (já fui mais rápido) eu seja mais uma vez recompensado.
O passeio valeu, como sempre, como mais um momento de reflexão. Das conversas com o Fernando eu absorvo bons exemplos de experiência de vida. Exemplos de sagacidade de um velho mateiro que também me mostrou como se fazer uma fogueira com finos gravetos molhados (aprendi também que se deve checar todo equipamento em casa para não atestar que esse não funciona na montanha, não é Fernando? A fogueira foi substituta de um fogareiro entupido).
Mesmo querendo muito fazer mais uma vez a travessia Petrópolis x Teresópolis, fiquei satisfeito de ter ido somente ao Açú. Da próxima vez vou dar mais atenção a previsão do tempo e não me deixar levar pelo impulso e vontade de aproveitar a ocasião para subir a montanha. Restaram algumas fotos com o céu "meio-azulado" de raros momentos que as nuvens se abriam.
5 comentários:
Michel, era para te dizer que adorei as fotos... mas quando vi a mensagem acima gelei completamente.
Onde é que existe uma alma gémea destas disponível?
Não há pedalada que consiga competir com palavras tão especiais.
Conselho de alguém que sabe o que diz... continua a ser feliz... continuem a ser felizes...
Que passeio hein???!
Muiiito show!!
Michel é comovente ver o amor que você tem pela natureza e em especial pelas montanhas . A pedra do Açú mais uma vez te deu um susto, estava no alto da montanha, mas não houve noite estrelada, e não assistiu ao nascer do sol. Mas meu amigo... esse bilhetinho....apesar de não ser o sol...com certeza iluminou a sua alma e aqueceu seu coração. Tchau abçs. para Michel e Michelle.
Legal Michel, eu já tinha visto as fotos no 'CD', mas só agora (depois de 1 mês) é q estou postando aqui, pois estava sem computador. Gostei dos seus comentários a respeito do velho Fernando! hehe
Estou querendo conhecer agora as trilhas de volta redonda e arredores p/ dar um bom passeio de bike hein!
abraço
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