Vitória - ES
Depois de passar algumas desconfortantes horas numa poltrona de ônibus tentando dormir, desembarquei numa grande e fria rodoviária. É estranha a sensação de estar sozinho numa cidade que você não conhece. Esse medo passou logo que cheguei no hotel, onde reencontrei velhos e bons amigos que me aguardavam. Durante alguns meses, esse hotel seria nosso “quartel-general” e a missão seria trabalhar no navio P-34 da Petrobrás que estava ancorado no Porto de Vitória.
Sentia-me feliz por estar ali. Ansioso pra conhecer logo tudo que me fora falado dessa cidade. Meus amigos logo se encarregaram de serem meus guias turísticos para me apresentar o que a cidade tem de melhor. O que mais me impressionou foi a gama de opções de divertimentos mesmo durante dias de semana, fato inexistente na minha cidade, Petrópolis. Quanto às belezas naturais, da janela do meu quarto dava pra ver belas montanhas, que eu logo daria um jeito de conhecer.
No quarto do hotel eu tive que aprender a conviver diariamente com meu companheiro de trabalho. Darlan, o “Mineiro” me dava trabalho. Ele deixava o quarto numa bagunça total e que eu não estava acostumado. Como se não bastasse, ele gostava de assistir televisão,ver filme no seu DVD portátil e ouvir rádio, tudo ao mesmo tempo! Como meu cérebro não é dotado dessa incrível habilidade, nessas horas eu pegava meu livro e tentava me desconectar de toda aquela zueira. No final das contas, eu também nem esquentava mais minha cabeça por ele usar minha pasta de dentes, meu shampoo, meu desodorante, comer meus biscoitos, etc... Mas o legal foi que apesar de tudo nos entendemos muito bem, nas raras discussões que tivemos soubemos resolver da melhor forma possível e logo estávamos na boa um com o outro. E também aprendi bastante com ele nas conversas que tivemos, algumas delas atravessando até algumas madrugadas.
Nos momentos que ficava sozinho no quarto, eu gostava de ficar na janela observando a avenida principal de Vitória. Também gostava de ficar espiando as janelas dos prédios da frente e, quando dava sorte, até conseguia ver a loira do terceiro andar trocando de roupa. Mas na maior parte do tempo eu me dedicava a ler o livro que ganhei de presente da minha querida amiga Tarcila antes de viajar. Também passei alguns dias brincando de fazer caixinhas e bichos de papel, utilizando técnica de Origami, tendo como professor o Marcos “Giraya”, também amigo de trabalho.
Não teve um dia sequer que eu não tenha pensado nas pessoas de Petrópolis, a saudade era grande. Eu nunca tinha ficado tanto tempo longe de casa e estava sentindo na pele como isso é ruim. Sempre que chegava do trabalho eu ia direto olhar o celular pra ver se tinha recebido alguma chamada ou mensagem. Agradeço as pessoas que se lembraram me mim. Também queria ter ligado para mais pessoas, mas quem me conhece sabe que meu celular nunca tem crédito e ligar do hotel saía bem caro. Na verdade, eu até preferi me isolar um pouco mesmo. Até mesmo da internet eu consegui me desligar bem e foram poucas as vezes que fui numa lan house. Estava preferindo viver coisas reais e aproveitar tudo em Vitória, deixando de lado o mundo “virtual” que estava me prendendo bastante ultimamente.
Durante mais algumas semanas, continuarei
9 comentários:
Olá Michel!
Adorei esse novo post. Você escreve muito bem e passa muita emoção quando escreve. Pena você naõ ter ficado mais para podermos nos conhecer melhor.Espero que sua estada em Vitóri traga muitas experiências positivas e aprendizado. Bjs
Ainda bem que eu não te dei um binóculo! Beijãoooo
Seu blog é 10000000, como vc parece ser!!!
Obrigada pela oportunidade de visitar esses lugares lindos com vc!!Obrigada!!1Profundamente agradecida!!!
Ah, estive em seu orkut hoje, te achei no "adoradores do mar" e me encantei com sua profissão, por isso vim e estou profundamente agradecida!!!!Virei SEMPRE!!!Foi bárbaro!!!
Bjks!!!
Cara, é fantástico ir a Vitória com você desse jeito, conhecer o a "crew de loucos" que te cercam por lá, e melhor de tudo saber que você está bem.
Nessa nada fácil vida de alpinista industrial, ver que há tempo pra vc se abduzir e pensar naqueles que te querem bem, estejam onde estiver. Saiba você sempre deixa ótimas lembranças por onde passas ;)
Ôh Michel, eu não sabia que vc tinha um blog, senão já tinha vindo aqui te prestigiar...
Lindo, lindo esse post...vc conseguiu transmitir solidão sem se quer passar nos arredores da palavra...
Ah, e o seu modelito de trabalho, heim...no estilo esse macacão, rs*
Se cuida menino!
Beijinhos
Tá vendo! Não estava puxando sardinha pro seu lado não, vc escreve bem mesmo, como já lhe disse 1 milhão de vezes... Sobre esse post, além da piadinha acima, eu também queria comentar que ele me fez pensar como será essa sensação de "cidade estranha" quando eu chegar a Londres. No fundo, eu acho empolgante a sensação de começar do zero, outra vez, de ser desconhecida, de ter um mundo novo para conhecer e até mesmo de sentir solidão, pra me encontrar em meus pensamentos. A solidão de quem tem para onde voltar ou em quem pensar não chega a ser uma solidão ruim e é isso que me faz ser feliz sempre, mesmo que distante. Acho que você também se sente assim, pois vi esse texto de uma forma muito positiva! É isso, um grande beijo pra vc, meu querido. Não sei se ainda nos veremos antes de eu viajar, mas também acho q ja tivemos despedidas em excesso hehehe Beijão!!!
Aí, essa foto foi vc quem tirou?? Se foi, só essa vista já vale a ida, meu caro!
Linda d+!! Aproveita o máximo que der... Petrópolis vai estar sempre no msm lugar pra qndo vc voltar (e as pessoas tb, tenho certeza.)
Bjksss
oi pessoa rara...
espeor que volte logo e que me conte tantas histórias como as que me contou. sabe que te amo né? mts saudades de vc...
volte...e prometo tirar mais tempo pra um almoço descente tá? rsrs
beijoooooooooo
Oláááá Michel!
Vim conferir um pouco de seus escritos... já te disse que gosto do jeito como escreve? ;)
Beijo!
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